domingo, 30 de novembro de 2008

Encruzilhada


Ainda no contexto da mudança, venho falar-vos de escolhas com um texto transcrito da minha amiga e Psicóloga Élia. Apesar de ter sido escrito directamente para alguém penso que é uma mensagem universal e que pode servir a muitos. Aqui fica então.



"A vida não espera por ti.
Com isto, não quero dizer que não apareçam novas oportunidades e escolhas. Quero apenas dizer que amanhã as circunstâncias não serão iguais a hoje.
Eu sei que não está fácil, que te sentes dentro de um espaço pequeno, sem portas nem janelas, e a cada brecha de luz gritam-te aos ouvidos "Tens de fazer aquilo que está certo", "tens de pensar nos outros", "tens de fazer sacrifícios, toda a gente tem".
Ouve, aquilo que, mesmo sem consciência, te estão a dizer é "não abanes muito porque assim está bem - para nós!", "tens de fazer aquilo que está certo - para nós!", tens de fazer sacrifícios para que nós não o tenhamos de fazer!".
As nossas escolhas têm um preço. Podem chamar-lhe sacrifício, eu prefiro chamar-lhe preço. Há um preço a pagar pela tua liberdade. A eterna dúvida sobre se terá sido o melhor, menos dinheiro, uma casa mais pequena, muitos ajustes e o olhar de crítica dos outros sobre ti. A seu tempo, novas oportunidades, novas pessoas, novos desafios.
Há, também um preço, para ficares aí. Esse ninguém notará. Porque será interno. A desistência de todas as coisas que não viveste e que sentes que queres viver. O definhar, que eu já sinto em ti, a morte lenta de quem não acredita ter o direito de viver. Mas algum conforto, o orgulho dos outros por teres sido "uma boa menina". E, a seu tempo, novamente, novas oportunidades e novos desafios.
Nenhum é, realmente, melhor ou pior do que outro. O peso de cada escolha, está apenas no teu coração. Para mim, amiga, não importa o que escolhas. Dar-te-ei a mão."

Élia Gonçalves